Explosão de pedágios em Minas: alta de 461% e problemas com concessionárias
Nos últimos 12 anos, Minas Gerais tem experimentado um aumento significativo no número de praças de pedágio ao longo de suas rodovias. De acordo com um levantamento realizado pelo jornal O Tempo, o estado registrou um crescimento de impressionantes 461% no total de pedágios em operação. Em 2013, eram apenas 23 praças cobrando tarifas nas rodovias mineiras. Hoje, esse número saltou para 129, refletindo uma grande mudança na infraestrutura rodoviária do estado.
A justificativa por parte do governo estadual para essa expansão é a melhoria da infraestrutura e a manutenção das estradas, muitas delas historicamente em condições precárias. Contudo, o impacto desse aumento nas finanças dos motoristas tem sido expressivo. Para quem depende das rodovias diariamente, o custo do deslocamento aumentou consideravelmente, com tarifas que variam de R$ 5,00 a R$ 30,00 em diferentes trechos.
A maioria dessas concessões ocorreu nos últimos anos, em um movimento de ampliação da malha pedagiada, e ainda há planos de crescimento. O governo, tanto estadual quanto federal, defende que o modelo de concessão é essencial para garantir investimentos privados, reduzindo a necessidade de recursos públicos para a infraestrutura rodoviária.
Concessionárias enfrentam dificuldades para cumprir compromissos
No entanto, essa expansão não ocorre sem controvérsias. Enquanto a cobrança de pedágios é apresentada como uma forma de garantir melhorias nas estradas, como serviços de emergência e monitoramento constante, existem muitas críticas, especialmente pela falta de alternativas para os motoristas que não podem ou não querem pagar pelas tarifas. A grande quantidade de novas praças de pedágio tem impactado especialmente caminhoneiros e trabalhadores que percorrem longas distâncias, colocando Minas Gerais entre os estados mais afetados por esse aumento.
Além disso, muitas concessionárias estão enfrentando dificuldades em cumprir os compromissos assumidos. Um exemplo notável é a EPR, responsável pelo trecho da BR-365 entre Uberlândia e Patrocínio, onde o pedágio é um dos mais caros da região, mas a duplicação da rodovia ainda não foi realizada e alguns trechos continuam em condições precárias. Essa situação tem gerado críticas e até ações do Ministério Público Federal (MPF).
Recentemente, o MPF entrou com um pedido de suspensão da cobrança de pedágios administrados pela EPR e aplicou uma multa diária de R$ 100 mil caso a concessionária não resolva as falhas estruturais em trechos da rodovia. Essas áreas deveriam já ter passado por melhorias, mas permanecem em condições inadequadas para o tráfego, o que tem gerado uma série de reclamações.
O futuro das concessões em Minas Gerais
Diante disso, o governo de Minas já anunciou que pretende reavaliar os contratos e intensificar a fiscalização, com o objetivo de garantir que as concessionárias cumpram suas obrigações. A expectativa é que o número de praças de pedágio continue a crescer nos próximos anos, mas a grande dúvida é se os serviços prestados pelas concessionárias estarão à altura do custo imposto aos motoristas mineiros.
Ecovias Minas Goiás: nova identidade
Enquanto isso, algumas concessionárias tentam melhorar sua imagem e fortalecer suas marcas. A Eco050, que administra a BR-050, acaba de adotar um novo nome: Ecovias Minas Goiás. Essa mudança faz parte de uma estratégia de reposicionamento do Grupo EcoRodovias, que decidiu unificar a identidade de suas 12 concessionárias em todo o Brasil, buscando consolidar uma presença mais forte no mercado.