Amigas estranharam a ausência da vítima, que não compareceu ao trabalho, e imediatamente acionaram a polícia. O que mais chamou a atenção foi que Pâmela já havia alertado colegas de que, caso desaparecesse, a culpa seria de seu namorado.
Feminicídio em Frutal: o crime que chocou a cidade
A técnica de enfermagem Pâmela Nunes Valadares, de 28 anos, foi vítima de feminicídio em Frutal, no Triângulo Mineiro. Desaparecida desde a manhã de quarta-feira (19), ela não apareceu para trabalhar, o que levantou suspeitas entre suas amigas. Poucas horas depois, o namorado da vítima confessou o crime e revelou que, com a ajuda do irmão, jogou o corpo de Pâmela em uma fossa na zona rural da cidade.
Uma noite que terminou em tragédia
Natural do estado de Tocantins, Pâmela era mulher trans e trabalhava em dois hospitais de Frutal, incluindo um da rede pública. Na noite do crime, ela convidou os suspeitos para comer uma pizza em sua casa. Segundo a versão dos criminosos, o grupo bebia junto quando a vítima, de forma descontraída, começou a brincar de dar tapas no cunhado. O homem, no entanto, não gostou da brincadeira e passou a exigir que Pâmela pedisse desculpas.
O que aconteceu em seguida foi brutal. O cunhado iniciou um ataque, enforcando Pâmela, enquanto o namorado, ao ver a cena, resolveu ajudar no crime. Juntos, eles a mataram e ocultaram o corpo.
Sinais ignorados e a investigação policial
Antes do crime, Pâmela já havia relatado agressões cometidas pelo namorado e confidenciado a colegas que, se algo acontecesse com ela, ele seria o responsável. Na manhã seguinte ao desaparecimento, amigas da vítima tentaram contato via mensagem, mas Pâmela evitou mandar áudios, o que despertou ainda mais suspeitas.
Diante da ausência da técnica de enfermagem no hospital, a Polícia Militar (PM) foi acionada e foi até sua residência, encontrando-a vazia. Horas depois, ao procurarem o namorado, ele confessou o feminicídio e revelou o local onde estava o corpo, além da participação de seu irmão no crime.
Corpo ocultado em fossa rural
A investigação revelou que, após o assassinato, os suspeitos usaram um carrinho de reciclagem para transportar o corpo e ocultá-lo em uma fossa em uma propriedade rural. Além disso, a moto elétrica da vítima foi encontrada na casa de um dos envolvidos, reforçando as evidências contra eles.
Para recuperar o corpo de Pâmela, o Corpo de Bombeiros foi acionado e trabalhou durante a noite na operação de resgate. O crime, brutal e premeditado, gerou comoção e revolta, trazendo à tona mais um caso de feminicídio que escancara a vulnerabilidade de tantas mulheres e pessoas trans no Brasil.